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O recente cenário que expõe, o aumento da presença da mulher na vida social e política do país têm se firmado pela organização e sensibilidade. Não aconteceu diferente na Assobecaty, as mulheres constroem a história da entidade. Está na raiz do terreiro ser uma casa de mulheres. Mãe Quiná iniciou a missão religiosa em Pelotas, passando para Mãe Carmen de Oxalá.
A conscientização da dirigente da entidade é fundamental para a afirmação da identidade, assim como para a reconstrução histórica de luta das mulheres, sendo um dos fatores fundamentais para alcançar as conquistas dos espaços religiosos políticos e sociais que a Assobecaty ocupa atualmente.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Iáris Ramalho Cortês
Em março de 2005 o Editorial do Jornal Fêmea, escrito por mim, estava cheio de revolta diante do conselho que o presidente Lula deu a nós mulheres, no dia Internacional da Mulher, para que não fossemos "desaforadas" e não começássemos a "pensar na Presidência da República".
Na matéria fiz uma retrospectiva dos nossos "desaforos" e encontrei a resposta na nossa luta para conseguir votar e ser votada, para entrarmos no mercado de trabalho, para termos 120 dias de licença maternidade, para deixarmos de ser "colaboradoras" e "com-sorte" do marido, pala lutar pelas cotas de mulheres na política e muitas outras reivindicações.
Apontei o porquê de precisarmos continuar sendo "desaforadas" para conseguirmos ganhar o mesmo salário dos homens para um mesmo tipo de trabalho, para deixar de sermos violentadas, assediadas, maltratadas, estupradas. Que precisamos continuar a ser "desaforada" para que a sociedade entenda que nossos corpos nos pertencem, que nossos úteros são parte de nós, que nós é que temos que decidir se e quando termos nossos filhos.

Cinco anos se passaram e o conselho do Presidente parece ter fermentado o íntimo das mulheres brasileiras e uma delas se colocou para enfrentar, com "desaforo" a feroz batalha contra magos da política nacional.
É verdade que aquele que há cinco anos pediu para que a mulher brasileira "não fosse desaforada para pensar na Presidência da República", como que, medindo e pesando aquelas palavras, agora resolveu se redimir e apostar em uma mulher e apostou com todas as forças de seu poder presidencial.
Temos uma mulher eleita para Presidenta da República Federativa do Brasil e, como mulher que sonhava ver outra mulher na presidência, me dou o direito de dizer o que penso para não vê-la decepcionando as mulheres, pois afinal, também sou "desaforada". E pergunto:
E agora Maria?
Escutei atentamente seu pronunciamento de vitória. Você nunca se intitulou "feminista", mas, pelo seu histórico de vida sei que é uma guerreira e toda guerreira tem um pouco de feminismo, mesmo sem saber. Gostei do que falou das mulheres (aconselho um pequeno estagio na SPM para conhecer mais as diversidades de mulheres brasileiras – a brasileira não é a mulher e sim as mulheres).
Você vai ter que ser muito "desaforada" para enfrentar o que lhe espera. Vai precisar ser "desaforada" quando for escolher sua equipe (os gorgulhos do Poder estão de olhos nos cargos) que, esperamos, tenha um razoável numero de mulheres.
Vai ter que ser mais "desaforada" ainda, quando tiver que limpar a Corte Palaciana dos corruptos, fichas sujas, aproveitadores etc.
E quando tiver que decidir sobre o orçamento público aí sim seu "desaforo" deve ser implacável do contrário não erradicará a miséria.
O desenvolvimento econômico jamais deverá sobrepujar o desenvolvimento humano e para isto você vai ter que ser, mais uma vez "desaforada".
E como você vai fazer para separar a religião da política sem ter que ser "desaforada" com os fundamentalistas de plantão?
Há cinco anos disse que além de "desaforadas" precisávamos ser mais apressadas para conseguirmos uma igualdade democrática, uma melhor distribuição das riquezas, maiores oportunidade de trabalho para homens e mulheres, repartição das tarefas domésticas para o cuidado com crianças, familiares idosos, pessoas com deficiência e doentes; políticas públicas realmente implementadas, com equipamentos sociais como creches, lavanderias e refeitórios públicos.
Muito disso só será concretizado se a educação do país incluir estas questões, sem discriminações, sem tabus, sem covardia, desde o ensino fundamental. É outro "desaforo" que terá que enfrentar.
Enfim, desejo que seja "desaforada" e "atrevida", só assim marcará este país com sua passagem.
E, como há cinco anos, trago a mesma frase de Fernando Pessoa: "Tudo parece ousado para quem nada se atreve".
Iáris Ramalho Cortês – sócia do CFEMEA
Brasília, 01 de novembro de 2010

DENÚNCIA

Vá ao site e assine a petição pública: http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N4599


Rede Feminista denuncia  propaganda de cerveja que reincide na discriminação racial e de gênero
A Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e demais entidades signatárias vem manifestar seu repúdio e exigir providências públicas cabíveis, somando-se ao Procon Municipal de Vitória (ES) que determinou a retirada da propaganda da Cerveja da marca “Devassa” de uma choperia, e que está publicada na Revista Rolling Stones (Número 51, dezembro de 2010, paginas 6 e 7) e cadernos especiais de jornais, a qual divulga a frase “É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra...Devassa negra encorpada. Estilo dark ale de alta fermentação. Cremosa com aroma de malte torrado”. 

A referida frase, que vem acompanhada da imagem de uma mulher negra é explicitamente desrespeitosa em relação a essas mulheres, cujo processo de racismo e discriminação a que estão submetidas historicamente no Brasil é caracterizado, entre outras manifestações, pela veiculação de estereótipos e mitos sobre a sua sexualidade. Uma forma de manter barreiras ao seu processo de inclusão na cidadania como pessoas com iguais direitos.

Esta cultura foi legitimada e legitimadora da escravização a que foi submetido o povo negro trazido da África por quase 500 anos, quando as mulheres negras, desde meninas serviam de iniciação sexual dos brancos, afetando suas vidas, saúde, e violando a sua dignidade como pessoas. Discriminações racial e de gênero se somam tornando a luta das mulheres negras pela igualdade um desafio difícil de ser vencido.
O Brasil é detentor de legislação nacional que tipifica e criminaliza o racismo e as discriminações por gênero e raça, é signatário de documentos internacionais que vedam estas manifestações e protegem os direitos humanos. 

Tendo em vista que esta publicidade viola os direitos humanos e a dignidade das mulheres negras, referindo-se ao seu corpo e sua sexualidade, e que a Cervejaria Devassa é reincidente na veiculação de publicidade em que trata mulheres a Rede Nacional Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, apoiada amplamente pelo movimento de mulheres, expressa sua indignação e exige providências do Conselho Nacional de Auto-regulamentação da Publicidade – CONAR, assim como encaminha aos órgãos de defesa dos direitos humanos solicitação de medidas cabíveis. 

REDE NACIONAL FEMINISTA DE SAÚDE, DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS REPRODUTIVOS

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MANIFESTAÇÂO DE APOIO AO NOME DA MINISTRA DA SEPPIR

A Bahia se manisfesta Da Bahia é Mulher  é nossa indicação para a SEPPIR. Que Luiza Bairros seja a nova Ministra Negra pela coerência, trabalho e comprometimento com a luta quilombola e sua trajetória histórica no Movimento Negro Unficado. Consuelo Gonçalves. 
Porque?
Não apoiam mais o nome de Nogueira? Já entram em outra barca. ou já vislumbram caso seja Vicente, tentar acharca-lo, como fizeram com os oito de gestão divididos entre Matilde, Edson Santos e Helói. Quem conhece o mn sabe que essa idéia de reunir para tommar decisão é comun de quem se acha representativo, não sei como é em outros estados, o que posso afirmar é que se não é grande na Bahia, para ser grande em outro estado é difícil, o que se fala é que a "grande entidade nacional aqui na Bahia no dia 20, tinha quatro trios eletricos com um monte de gatos pingados, com muito dinheiro, só da SEPPIR, fala-se em R$ 80.000(oitenta mil). a caminhada da Liberdade sem apoio da SEPPIR, segunda a imprensa e a polícia, tinha mais de duzentas mil pessoas.
Nogueira, não serve mais, ou já descobriram que de acordo com os interesses dos que comandam o PT e o Governo inclinam para o nobre Deputado Vicente, para resolver a questão ai de Sampa, com o Velho Jenuíno, que agora é o primeiro suplente.
Eu fico triste por ver a luta ser transformada em moeda de troca sem nenhum valor. Que seja bem vindo caso a Presidente eleita assim o nomei, o que causa-me vomito é essa vulnerabilidade dos que se dizem "lideranças negra" é simplesmente vergonhoso.
Eu como militante negro e filho da luta na Bahia, continuo defendendo que o nome saia do nordeste e melhor ainda da Bahia, por justa representatividade, saibam os oportunistas que quem vem elejendo este projeto que o PT representa é o povo nordestino que popularmente reconhecida com a África Brasileira, é uma pena que os sulistas neguem, mais na prática se comportam como aquela estudante de direito de Sampa, após a vitória de Dilma.
Infelizmente, cada um tem seu preço.
Rbujão