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O recente cenário que expõe, o aumento da presença da mulher na vida social e política do país têm se firmado pela organização e sensibilidade. Não aconteceu diferente na Assobecaty, as mulheres constroem a história da entidade. Está na raiz do terreiro ser uma casa de mulheres. Mãe Quiná iniciou a missão religiosa em Pelotas, passando para Mãe Carmen de Oxalá.
A conscientização da dirigente da entidade é fundamental para a afirmação da identidade, assim como para a reconstrução histórica de luta das mulheres, sendo um dos fatores fundamentais para alcançar as conquistas dos espaços religiosos políticos e sociais que a Assobecaty ocupa atualmente.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Comunidades Tradicionais de Terreiros na III ª Conferência Municipal de Politicas para Mulheres

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Beth da Flora, Mãe Viviane de Ogum, Mãe Bere de Oxum, Mãe Geni de Yemanjá , Mãe Nilsa e Mãe Carmen de Oxalá.

No dia 24 de agosto, a III ª Conferência Municipal de Politicas para Mulheres, na cidade de Guaíba, não foi convencional,  Yás  tiveram atuação marcante , foram determinadas a colocar em pauta  a questão referente as necessidades das  mulheres negras e Yás, da mesma forma que apontaram carência de politicas publicas especificas.

O coletivo participativo das Yálorixás, ocuparam a primeira fila da plenária,  fizeram desde defesas  de idéias a revendicações. Na oportunidade, as demandas apontadas como prioritárias para  as mullheres de terreiras  no município foram  sugeridas de curso de parteiras a recuperação de dependentes químicos e prevenção da AIDS.

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Mãe Bere de Oxum  defendeu a questão do hospital,  Mãe Nilsã  salientou a  falta de informação, Mãe Geni de Yemanjá apresentou a denuncia da  falta de medicação que não existe no  posto,  Mãe Viviane de Ogum apontou a necessidade de acento nos conselhos e cursos de geração de renda nos espaços de terreiros.

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Yás, discutem combate sobre às desigualdades históricas que estruturam a sociedade. Seja a discriminação que atinge as mulheres negras, brancas, indígenas, nos espaços de poder e decisões, seja a violência de gênero, que coloca as mulheres em situação de vulnerabilidade.

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Ao lado de autoridades de civis femininas, receberam homenagens por desenvolverem atividades que eram desenvolvidas por homens, Juiza, Promotora, Capitã, Caminhoneira, Presidente do Presídio Feminino,  estava entre essas a Yalorixá Carmen de Oxalá dirigente da casa tradicional Assobecaty e  ativista do movimento 13 de maio abolição não conclusa para as mulheres negras, na ocasião explicou que na questão religiosa foi diferente por ter sido  três princesas misticas que fundaram I ª casa de religião no Brasil, Yá Detá, Yá Kalá e Yá Nasso. logo após, contextualizou que embora seja uma mulher jovem, carrega uma história de 77 anos de existência,  o  legado de sua Mãe biológica,  Yá Quina de Yemanjá,  com sua   sensibilidade, generosidade,   foi além da religião, dedicou-se ao  trabalho social de extrema significância  no municipio,  reforçando a participação cívica das mulheres, jovens e adolescentes através da promoção de direitos humanos, saúde integral, direitos sexuais e direitos reprodutivos, com uma abordagem centrada em torno étnica, racial, e igualdade de gênero, justiça social e democracia. Com o falecimento de Yá Quina de Yemanjá, esse trabalho   esta tendo continuidade, as vezes com menos intensidade outras com mais intensidade  e agora o trabalho vai ter um impacto  quando inicia a execução de 8 projetos Mais Cultura do PRONASCI, no terrritório da paz onde o Ilê está instalado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dia da Mulher Afro-Latina e Caribenha Programação È Comemorado na sede do Africaxé, na Morada do Vale I - Gravatai

 


 Mãe Fatima Aconteceu no domingo (24/07), comemoração ao Dia da Mulher Afro Latina e Caribenha. A programação ocorreu na sede da Africaxé, na rua Dario Totta, Morada do Vale I, das 10h às 18h. A iniciativa é da Prefeitura, através das Assessorias de Políticas Públicas Para a Mulher (APPM), o Idoso (APPI), a Juventude (APPJ), o Negro (APPN), Pessoas com Deficiência (APPPD) e do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon), em parceria com diversas entidades da sociedade civil.

Conforme a assessora da APPM, Vera Quintana, a data é lembrada mundialmente na segunda-feira (25/07). “Em Gravataí faremos no domingo para possibilitar que um número maior de pessoas possam participar das atividades”, explicou. Vera conta que este dia foi criado em 1992, durante o primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana. “Estipulou-se que este dia seria um dia de luta e de resistência da mulher negra”, salientou.

Segundo a presidente do Africaxé, Maria de Fátima Rodrigues, o objetivo de comemorar a data no Município é ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras e construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento do racismo. “Também será dia de lutar contra o sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais, ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, as ações, promovendo e valorizando o debate sobre a identidade da mulher negra brasileira”, ressaltou.

Programação
Estão programadas várias oficinas: culturais de capoeira com a Liga Gravataiense de Capoeira; de Beleza Afro-Maquiagem e Penteados de Tranças com o Grupo Africaxé; de Máscaras com Balões pela Associação de Artistas Visuais (AGIR); Feira de Gastronomia Afro; oficina de porta-estandarte e passistas da Escola de Samba Acadêmicos de Gravataí; além de apresentações musicais. No encerramento haverá uma homenagem ao aniversário do Africaxé.

A atividade tem parceria com: Grupo Africaxé, Escola de Samba Acadêmicos de Gravataí, Escola de Samba Cativos, Escola de Samba Unidos do Vale, AGIR, Associação Beneficente Seis de Maio, Liga Gravataiense de Capoeira, Associação Labirinto e Federação Brasileira das Religiões Afros e Umbanda (Concaugra).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

SPM celabra Dia da Mulher Negra na Assembléia

Secretária Márcia Santana na mesa de abertura do Seminário Mulher Negra no poder, Rio Grande do Sul, Brasil e América

Secretária Márcia Santana na mesa de abertura do Seminário Mulher Negra no poder, Rio Grande do Sul, Brasil e América

Na segunda-feira ( 25) , referenciando os ancestrais africanos e as mulheres negras presentes, a secretária de Políticas para as Mulheres (SPM), Márcia Santana, fez um breve saudação na abertura do Seminário Mulher Negra no poder: Rio Grande do Sul, Brasil e América em alusão ao "Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha", que ocorreu no Plenarinho da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. O evento teve como eixo principal fortalecer as ações de grande importância na luta das mulheres negras pelos espaços políticos e sociais no Estado.
A busca pela extinção do preconceito racial, discriminação das mulheres negras na sociedade, equidade de gênero e raça, apropriação dos espaços midiáticos e empoderamento da mulher negra no Estado foram os temas abordados pela secretária Márcia Santana. "Mulher negra não é pouca coisa! É importante deixar claro que, entre os estupros, o número de mulheres negras é maioria. Tudo isto acaba remetendo, através do inconsciente coletivo, ao tempo da colônia e da escravidão no Brasil", complementa Márcia que convidou todas a participarem da IV Conferência Estadual de Mulheres.
Destacou a importância de se criar uma agenda fixa de encontros mensais para divulgação e mobilização de todas as questões que cercam as mulheres negras no Estado. Outra sugestão da secretária foi criação de um encontro, que anteceda a IV Conferência, para discutirem a importância dos terreiros africanos como forma de empoderamento das mulheres negras. "Todos sabem que as mulheres negras, quando sofrem violência, procuram esses espaços para acolhimento. Além de ser sagrado na religião afro, serve como ambiente civilizatório", finaliza a secretária.
Para a coordenadora de Diversidade do Departamento Pedagógico da Seduc, Eliane Almeida de Souza, é importante a inserção na grade curricular pedagógica do Estado, o ensino da cultura negra e formação dos professores para a história do negro no país. " Agora, é o momento propicio para iniciarmos esta ação. Os estudantes precisam conhecer a questão quilomnbola de um olhar diferente. Como os professores e educadores podem contribuir contra o preconceito racial na formação dos estudantes", complementa.
Estiveram presentes representantes da Prefeitura de Porto Alegre, Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), da Associação Beneficiente Cultural Africana Templo de Iemanjá (ASSOBECATY) e Central de Movimentos Populares do Rio Grande do Sul (CMP) através do Movimento 13 de Maio: abolição não conclusa para as mulheres negras, e movimentos negros.
História
O "Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe" é um resultado do primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em 25 de julho de 1992, em Santo Domingo/República Dominicana, onde as mulheres enfatizaram a importância deste reconhecimento.
Desde então, a data tornou-se internacional estabelecida pela ONU. Em Porto Alegre, Nelma Soares da Associação Cultural de Mulheres Negras (ACMUN) foi a mulher negra que impulsionou a divulgação do 25 de julho dando visibilidade ao DIA DA MULHER NEGRA: SENHORA DE TODOS OS ESPAÇOS, realizando o primeiro evento em 1993, no Sindicato dos Trabalhadores Federais de Saúde, Trabalho e Previdência do RS (SINDISPREV).

Redação ASCOM SPM/RS

domingo, 21 de agosto de 2011

MAE CARMEN DE OXALA CITANDO NELSON MANDELA

 

Carmen

Estou escrevendo um texto , nele irei utilizar a explendida   citação :

"Devemos promover a coragem onde há medo,


Promover o acordo onde existe conflito,

 
E inspirar esperança onde há desespero"


Nelson Mandela

Ascensão da mulher nos órgãos de decisão teve início com as lutas de libertação

 

Segunda vice-presidente da AN, Joana LinaLuanda – A segunda vice-presidente da Assembleia Nacional (AN), Joana Lina, afirmou hoje, em Luanda, que a ascensão da mulher angolana nos órgãos de decisão do país teve o início nos primórdios das lutas de libertação nacional, com o contributo das mesmas para o alcance da independência.

Em declarações à Angop, à margem do workshop subordinado ao tema “A participação da mulher angolana nos órgãos de tomada de decisão: Como preservar as conquistas alcançadas”, Joana Lina disse que a mulher angolana ascende aos cargos políticos, e não só, devido ao contexto histórico particular, designadamente o seu envolvimento em prol da liberdade e autonomia do povo.

Segundo frisou, o sistema democrático implementado com o alcance da paz definitiva, em 2002, foi de igual modo condição necessária para a promoção da igualdade, permitindo assim a tolerância, partilha de experiências e uma maior participação política.

Referiu ainda que as estatísticas mostram que, nos últimos 30 anos, o mundo passou a contar com a presença da mulher em todos os campos da vida, particularmente nos órgãos de decisão política.

Neste contexto, salientou que em Angola o número de mulheres tanto na administração pública, como nos órgãos de decisão política e ao nível do partido no poder, tem aumentado.

“Isto significa que há um reconhecimento público da importância da inclusão feminina para a interpretação dos actos e dos processos políticos do nosso país”, sublinhou.

Por outro lado, manifestou a sua satisfação, relativamente ao discurso do presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), José Eduardo dos Santos, na sua 31ª Cimeira, que decorreu na capital do país, que de forma peculiar reafirmou a ocupação da mulher nas principais direcções de trabalho ao nível da organização.

“Assistimos o empenho e engajamento dos Chefes de Estado da SADC e ouvimos com particular atenção a intervenção do presidente em exercício, José Eduardo dos Santos, que de forma bastante peculiar veio consolidar aquilo que já nos habituou, de que a mulher vai efectivamente ocupar as principais direcções de trabalho a nível da organização, neste mandato”, disse.

O encontro, em que participam deputadas, mulheres que ocupam cargos no Executivo e da sociedade civil, é uma organização do grupo de mulheres parlamentares e enquadra-se nas festividades do 31 de Julho, Dia da Mulher Africana.

Enviar Noticias :
conexaoafro@gmail.com

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mãe Iná de Xangô Confirma Presença na Conferência Municipal da Mulher em Guaíba

Querida Mãe Carmen! Muito obrigada pelo convite,estarei lá ... .Meu Pai Xangô lhe abençõe  muito axé...Sua benção, um abraco.

Mãe Iná de Xangô

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Convite de Mãe Carmen de Oxalá para Mãe Iná de Xangô

Peço  que Pai Xangô me abençoe, 

É  com imenso prazer, que lhe informo que na reunião do CODIM- Conselho Municipal da Mulher, onde ocupamos um acento representando as Associações de bairro UAMG,na condição de conselheira sugeri,o seu nome de Mãe de Santo da cidade que fosse convidada da mesma forma que a Juiza, Promotora e Capitã  etc... Confesso que não foi difícil , pelo o reconhecido  trabalho de cunho social,que a senhora como religiosa e cidadã, desenvolve  no município. Segue ofício expedido pela Presidente do CODIM, espero que esteja disponível e participe.

Abença

Att: Mãe Carmen de Oxalá

Falar com Mãe Carmen de Oxala  : (51) 97010303 e 30556655

maecarmendeoxala@hotmail.com

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Órgão da ONU condena saúde brasileira em caso inédito, diz ONG

17/08/2011 10h46 - Atualizado em 17/08/2011 11h45

 

Alyne Pimentel morreu sem atendimento na fila de hospital em Belford Roxo.
Fo i a 1ª vez que um órgão internacional julgou caso de direito das mulheres

Do G1, em São Paulo

O caso de uma brasileira grávida que morreu após esperar diversas horas em um hospital sem atendimento em Belford Roxo , no Rio de Janeiro, foi o primeiro julgado por uma corte internacional de direitos humanos, e resultou em uma decisão inédita, de acordo com o site da ONG Centro pelos Direitos Reprodutivos.

Segundo a ONG, o Comitê das Nações Unidas pela Eliminação da Discriminação contra a Mulher (Cedaw, da sigla em inglês) decidiu que os governos têm de garantir que todas as mulheres, independentemente da classe social ou cor de pele, tenham acesso a serviços de saúde materna oportunos, não discriminatórios e adequados.

Alyne da Silva Pimentel tinha 28 anos, era negra, já tinha uma filha de cinco anos de idade e sofria de uma gravidez de alto risco. Em novembro de 2002, durante o sexto mês de gestação, ela foi ao hospital em Belford Roxo , na Baixada Fluminense, com fortes dores, mas não foi atendida prontamente e teve que esperar várias horas no corredor de um hospital, segundo os relatos da mãe dela publicados no processo.

Como resultado, Alyne acabou morrendo após o parto de um natimorto, deixando para trás a filha pequena. Cuidados básicos de obstetrícia poderiam ter evitado a morte, diz o site.

De acordo com a decisão do comitê, mesmo se um país terceiriza seus serviços de saúde a instituições privadas, eles continuam diretamente responsáveis por suas ações e têm o dever de regular e monitorar as instituições terceirizadas.

Segundo o Centro pelos Direitos Reprodutivos, ONG internacional de advocacia com sede nos Estados Unidos que entrou conjuntamente com a ação em nome da mãe de Alyne e divulgou a decisão nesta terça (16), a vitória é algo inédito.

"Como uma potência mundial emergente e símbolo de desenvolvimento econômico, é hora de o governo brasileiro fazer jus a sua posição e começar a resolver as disparidades sociais, econômicas e raciais que negam às mulheres o acesso aos serviços básicos de saúde", disse Nancy Northup, presidente e CEO do centro.

Decisão
De acordo com a decisão, publicada no site da ONG, o órgão da ONU recomenda que as autoridades devidas provenham reparações apropriadas, incluindo compensação financeira, à mãe da vítima e à filha dela, devido à gravidade da violação. O órgão não tem poder de impor a decisão, apenas de recomendá-la.

Outras recomendações são de que as autoridades responsáveis garantam o direito das mulheres à gravidez e ao acesso a atendimentos emergenciais de obstetrícia; dêem treinamento profissional adequado para funcionários da saúde; garantam que centros de saúde privados estejam de acordo com padrões nacionais e internacionais; e garantam que punições sejam impostas a profissionais em hospitalares que violarem os direitos das mulheres à saúde durante a gestação.

Fundado na Assembléia-Geral da ONU de 1979 - e do qual o Brasil passou a ser signatário parcial em 1984 e integral em 1994 -, o Comitê das Nações Unidas pela Eliminação da Discriminação contra a Mulher é formado por representantes de 23 países membros, que devem observar o cumprimento das metas definidas na convenção.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Seleção é um reconhecimento público a projetos e ações que

Prêmio ODM Brasil recebe inscrições

Seleção é um reconhecimento público a projetos e ações que

contribuem para o alcance dos Objetivos do Milênio

Práticas sociais desenvolvidas por prefeituras e organizações da sociedade civil que têm contribuído para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) já podem ser inscritas na 4ª edição do Prêmio ODM Brasil. A iniciativa foi criada em 2004 pelo governo federal, por meio da Secretaria-Geral da Presidência da República, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade (Nós Podemos).

As inscrições vão até o dia 31 de outubro e são gratuitas. O objetivo do Prêmio é valorizar e reconhecer publicamente ações, programas e projetos significativos para o cumprimento das metas do milênio estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Podem ser inscritas práticas que atendam a um ou mais Objetivos. São eles:

1. Erradicar a extrema pobreza e a fome
2. Atingir o ensino básico universal
3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
4. Reduzir a mortalidade na infância
5. Melhorar a saúde materna
6. Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças
7. Garantir sustentabilidade ambiental
8. Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

São duas as categorias de premiação: governos municipais, em que se destacam as melhores políticas públicas implementadas pelas prefeituras; e organizações, para prestigiar práticas implantadas por órgãos governamentais ou do setor privado, associações da sociedade civil, fundações e universidades. Serão premiadas, no máximo, 20 práticas por categoria, relacionadas com qualquer um dos Objetivos. Os prêmios são simbólicos, enfatizando o reconhecimento público e a divulgação do premiado. As práticas ainda receberão certificados que comprovam sua contribuição para alcançar os ODM.

Desde a primeira edição do prêmio, realizada em 2005, o número de experiências inscritas aumentou significativamente. Foram 920 naquele ano, 1062 na segunda edição, realizada em 2007, e 1477 inscrições na edição passada, ocorrida em 2009. Para este ano, a expectativa é de que este número cresça ainda mais. “Esperamos que as organizações e prefeituras participem ativamente das programações nos estados e inscrevam projetos que contribuem para o alcance dos ODM”, destaca Olavo José Perondi, da equipe de coordenação do Prêmio.

Critérios de seleção

As práticas inscritas são avaliadas e selecionadas por técnicos e especialistas nos ODM do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). As melhores iniciativas serão reconhecidas desde que atendam a alguns critérios, entre eles: contribuição para os ODM; impacto no público atendido; participação da comunidade; existência de parcerias; potencial de replicabilidade; e articulação com outras políticas públicas. Também são parceiros do Prêmio o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste e a Petrobras.

Clique aqui para fazer a sua inscrição e obter mais informações sobre o prêmio.

Seminários nos estados 

O calendário prevê a seguinte programação (que pode sofrer alterações):

10/08 – Piauí
11/08 – Espírito Santo, Rondônia e Tocantins
18/08 – Bahia, Goiás e Pernambuco
25/08 – Maranhão, Paraíba e Santa Catarina
26/08 – Amazonas
31/08 – Acre
13/09 – Rio Grande do Sul
14/09 – São Paulo
15/09 – Ceará, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte
21/09 – Amapá
22/09 – Alagoas e Pará
27/09 – Minas Gerais
28/09 – Sergipe
29/09 – Mato Grosso
30/09 – Rio de Janeiro e Roraima
Fonte: UNIFEM

domingo, 14 de agosto de 2011

CONVITE Reunião Pró-Conferência de Yás

Guaiba,10 de agosto 2011.
À

Assunto: CONVITE Reunião Pró-Conferência de Yas

Ilmo. Sra.

Secretaria de Politicas para Mulheres

O Movimento  13 de Maio Abolição Não Conclusa Para as Mulheres Negras, por meio da Assobecaty - Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanjá e CMP- Central de Movimentos Populares, viemos manifestar à Secretária de Politicas Para as Mulheres, sociedade Riograndense e movimentos sociais, que estamos com uma forte determinação de realizarmos a

1ª Conferência Estadual de Yás, essa intensão pode ser compreendida como uma necessidade de criarmos um  espaço de participação popular e controle social no que se refere a questãode politicas publicas para  mulheres de comunidades Tradicionais de  terreiros, por sua função social que  são fundamentais à cidadania, à democracia e à liberdade.  É um momento histórico que representa um processo plural para a construção de políticas públicas mais sólidas, claras e coletivas.vem ao encontro da necessidade desta população, abrir o debate sob sua condição na sociedade,  poder contribuir com propostas e idéias, identificar suas  necessidades de politicas especificas para que seja elencado e incluida essa temática na Conferência Estadual das Mulheres. O momento é oportuno para mostrar o real valor da mulher de religião afro- brasileira, além de dar visibilidade a sua  capacidade de coesão grupal.

Buscando fomentar o processo no estado o Rio Grande do Sul, com a mobilização da sociedade para a realização das Conferências em suas etapas municipais, o movimento 13 de maio solicita o agendamento de reuniáo Pró-Conferência de Mulheres de terreiras.

Cordialmente,

Mãe Carmen de Oxala

Conselheira Municipal Codim – UAMG-  Guaiba

Movimento 13 de Maio Abolição não Conclusa Para as Mulheres Negras

Mãe Carmen de Oxalá anuncia que o perfil do Facebook está lotado

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É com grande alegria que anunciamos a todos vocês,   que o nosso perfil do facebook, está lotado , hoje com 5.0000 mil amigos, pessoas que acompanham diariamente as postagens dos meus dois blogs pessoal, e a Revista Online Conexão Afro. Por esses motivos estamos, abrindo o novo perfil Yá Carmen de Oxalá II, ampliem seus horizontes, compartilhando conosco de um ambiente virtual !
Aguardamos sua visita!
Mãe Carmen de Oxalá

Mãe Carmen de Oxalá anuncia que o perfil do Facebook está lotado

 
É com grande alegria que anunciamos a todos vocês,   que o nosso perfil do facebook, está lotado , hoje com 5.0000 mil amigos, pessoas que acompanham diariamente as postagens dos meus dois blogs pessoal, e a Revista Online Conexão Afro. Por esses motivos estamos, abrindo o novo perfil Yá Carmen de Oxalá II, ampliem seus horizontes, compartilhando conosco de um ambiente virtual !
Aguardamos sua visita!
Mãe Carmen de Oxalá

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Depois de algum tempo sem escrever nos espaços virtuais , finalmente consegui.

Depois de algum tempo sem escrever nos espaços virtuais , finalmente consegui. Os meus dias têm sido corridos. Tenho trabalhado muito e as atividades litúrgicas do Ilê ASSOBECATY, absorvem muito tempo,  na medida do possível,  continuo ativando o movimento, dando palestras e  organizando seminários.

Não preciso dizer o quão desafiador têm sido os meus dias e as vezes, com tanta coisa me embanano toda, com relação a atividade do dia 25 de Julho Seminário Mulheres Negras no Poder,Rio Grande do Sul , Brasil e América Latina, e o 1 º Encontro de Yás no Ano Afrodescendente, houve um problema com a máquina fotográfica e perdemos  muitas fotos. Tivemos que recolher fotos de algumas pessoas que estavam nos eventos, só que isso demanda tempo,  agora se torna possível dar um retorno , bem legal dos dois eventos.Além disto, hoje estou com 4862  amigos no Facebook, sempre que possível respondo mensagens e os emails diários e demais compromissos acabo não tendo tempo para escrever nos diversos espaços virtuais . Uma peninha. Mas vou tentar ser mais constante.

Gostariamos de avisar que a partir de hoje estaremos trabalhando forte para a realização das atividades que aconteceram  nos dias 24 e 25 de setembro.  AGUARDEM ! 

Para quem me cobra quando não posto noticias, interpreto essa postura de quem acompanha,  e valoriza esse tipo de ativismo digital, muitas saudades e um bom axé de Mãe Carmen de Oxalá.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"Porque há o direito ao grito. Então eu grito."

"Porque há o direito ao grito. Então eu grito."

Clarice Lispector

(Para quem não viu o filme vale ver-- se não viu: Estamira)

ESTAMIRA, PRESENTE!


Curitiba - 28/07/11

Ontem a tarde (27 de julho de 2011) Estamira Gomes de Souza, mulher negra da classe trabalhadora, catadora de lixo no Aterro do Gramacho (Rio de Janeiro) nasceu ao contrário. Tinha 72 anos e morreu cansada, mal cuidada e principalmente: não ouvida (paradoxalmente tão escutada no mundo inteiro). A protagonista do filme que leva seu nome, dirigido por Marcos Prado e lançado em 2004 agonizou por horas no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desassistida pelo SUS e incapaz – como a imensa maioria dos trabalhadores – de comprar sua assistência em um hospital particular.

Os trocadilos apontam que a razão de sua morte se chama 'septicemia', uma infecção generalizada. Poderiam dizer que por ter transtornos mentais,tamira deveria ter sido assistida em um asilo, ou um hospital/hospício psiquiátrico para que de lá não saísse e morresse em paz, longe do lixo, das moscas, longe da família, longe daquele mar que lhe era tão importante. Do outro lado, os que acreditam cegamente nos governos, acreditam que a construção da rede de atenção psicossocial substitutiva à lógica manicomial está consolidada, amplificada e atuante. Não desconsideramos os avanços da instalação da rede, determinada pela lei 10216/2001. Mas, como Estamira nos alertou: existe esperteza ao contrário, não inocência.

De toda forma, Estamira passou sua vida em pé, trabalhando, replicando sua existência dentro dum lixão, desatenta aos levantes manicomiais de empresários-da-saúde-mental que discorrem trocadilos sobre técnicas arcaicas repaginadas, assistência integral, novos medicamentos, cuspindo cifras.. Alheia aos professores de Psicologia que passam o filme nas aulas e todos saem das salas com mal estar, surpresos, com pena. No ano que vem, uma nova turma assistirá sua história. Tudo bem: esta arte nos permite a distância, a contemplação, o não envolver-se e o não implicar-se.

Escutamos Estamira e observamos mais uma que sofre numa massa de trabalhadores negros, homens e mulheres que apodrecem todos os dias. Estamira é apenas mais uma entre os milhares de loucos da classe trabalhadora que já não valem mais nada ao sistema do capital e que por isto – e só por isto – são jogados no lixo para se confundirem ao inútil e ao descuido nos aterros e favelas do país.

O cinismo deste sistema traveste seu discurso delirante, denunciativo, agressivo e violento em “poesia”, “uma forma atípica de expressão”, “obra de arte”. Esta forma de arte não nos importa. Não queremos lembrar de Estamira apenas quando seu filme recebe mais um prêmio internacional. Acreditamos que não basta lamentar sua morte em cento e quarenta caracteres, num pio. Reivindicamos a vida e obra produzida ao longo dos dias de vida de Estamira. Com todos os seus direitos humanos negados, todos os serviços de saúde de má qualidade, sua péssima condição de moradia, seu trabalho precarizado, a educação negada. Seus e de todos os trabalhadores.

Não nos interessa a mera constatação de que algo vai errado. Interessa a luta pela efetividade da atenção à saúde mental no Brasil. Interessa a consolidação de equipes multidisplinares, a efetivação da Reforma Psiquiátrica, a redução de danos, a porta aberta nos equipamentos, a defesa intransigente de uma vida digna e sem desigualdade social para todos os trabalhadores. Lutando, honramos Estamira e todos os seus irmãos e companheiros desconhecidos, que nunca estrelarão um filme mas que também querem visitar o mar.

Estamira! Mulher negra, resistente, trabalhadora!

Presente!

César Fernandes, psicólogo militante da luta contra os manicômios e pela construção do socialismo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

2º REUNIÃO NA ASSOBECATY NOS PROJETOS MAIS CULTURA - PRONASCI EM GUAIBA

 

No dia 06  de agosto  aconteceu na sede da ASSOBECATY- Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanjá,  no salão  principal dedicado ao culto aos orixás a 2 ª reunião de trabalho, com alguns filhos  do ilê e parceiros que integram o grupo  de atores sociais, que formam a equipe dos membros  contemplados do edital Projetos Mais Cultura,  o ilê  de Mãe Carmen de Oxalá, está localizado no bairro Jardim Santa Rita-Guaiba,  dentro do espaço delimitado pelos  ministério da justiça e da Cultura, como  território da paz.  É neste espaço que ASSOBECATY há 23 anos tem como bandeiras de lutas a trabalho reconhecido , de atuação

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A reunião teve o caráter de   intensificar o fluxo de trabalho  de  organização e preparação para aguardar a liberação dos recursos pelos ministérios, da mesma forma que  foram  sanada todas as dúvidas.
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A discussão apontou que deve ser elaborado  um evento que  cause impacto na comunidade do bairros  Cohab , Jardim Santa Rita, no ato de  lançamento dos  projetos.

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Com a qualificação e comprometimento dos  executores dos projetos os jovens de 15 a 29 anos de idade, moradores das comunidades  Cohab  Sta. Rita,  receberão  projetos com programação cultural diversificado educativa.

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Ao final a  conversa tomou rumos de elaboração de estratégias de coloboração mútua para que a atuação  e a relação do grupo possa  ser  inspirada na cooperaçãó, visando  fortalecer as atividades  da   comunidades tradicionais de terreiros, no sentido de posicionamento  oficial como um agente  gerador, motivador de mudanças na comunidade do entôrno, neste momento  incentivar outras comunidades a tomarem semelhante  iniciativa, usando o jargão tradicional ”Quem planta sonhos colhe novos horizontes “  De um edital público conseguimos transformar em políticas de respeito mútuo e  integração das práticas de diferentes saberes, ficou agendada a próxima  reunião  na terça  feira, dia 11 de agosto,  ás 19 horas.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Campanha “Mulheres e Direitos” convoca sociedade e poder público para o fim da violência e promoção da igualdade de gênero

Iniciativa será lançada nesta sexta-feira (5/8), no Rio de Janeiro, nas presenças de Maria da Penha, da ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial) e da Subsecretária de Enfrentamento da Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves (Políticas para as Mulheres). Com peças enfocadas em homens, mulheres em situação de violência e populações do Norte e Nordeste do Brasil, a campanha valoriza a contribuição da Lei Maria da Penha e da rede de serviços de atendimento às mulheres em situação de violência

Às vésperas dos cinco anos de criação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), as Nações Unidas, no âmbito da Equipe Conjunta sobre Aids, o Instituto Maria da Penha e parceiros lançam nesta sexta-feira (5/8), às 10h30, no Rio de Janeiro, a campanha “Mulheres e Direitos”.  O ato terá as presenças de Maria da Penha Maia Fernandes, cuja história de sobrevivência impulsionou a criação da lei; da ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros; da subsecretária de Enfrentamento da Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves; da Deputada Federal Jandira Feghali; do coordenador residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek; do coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) no Brasil, Pedro Chequer; do representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Harold Robinson; da coordenadora de Programas da ONU Mulheres - Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, Júnia Puglia; das atrizes e atores da campanha; e representantes da sociedade civil, entre outras autoridades.

Ao mesmo tempo em que sensibiliza a população brasileira para a redução da violência e a promoção da igualdade de gênero e saúde da mulher, a campanha “Mulheres e Direitos” valoriza a contribuição da Lei Maria da Penha e da rede de serviços de atendimento às mulheres em situação de violência no Brasil, a exemplo da Central 180, delegacias especializadas, casas-abrigo, juizados, varas criminais, núcleos e centros de atendimento, entre outros.

Por meio de três filmes, a campanha “Mulheres e Direitos” enfoca os seguintes públicos: homens, mulheres em situação de violência e populações do Norte e Nordeste do país.

Um caso emblemático no mundo

Todas as peças da campanha “Mulheres e Direitos” são estreladas pela biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que foi agredida pelo seu ex-marido por seis anos e alvo de duas tentativas de assassinato: uma por tiros, que a deixaram paraplégica, e a outra por eletrocução e afogamento.  Sobrevivente e em busca dos seus direitos, Maria da Penha obteve apoio dos movimentos de mulheres e encaminhou o seu caso à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Entre as recomendações da OEA, em 2001, estavam a criação de uma lei para prevenção, punição e eliminação da violência contra as mulheres e a indenização de Maria da Penha, que de fato se concretizou sete anos após a sugestão da OEA e 25 anos após às tentativas de assassinato.

Segundo pesquisas da ONU, uma em cada três mulheres será vítima de violência ao longo da sua vida. A eliminação da violência é uma das prioridades do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, reforçada pela campanha “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres” que, até 2015, pretende mobilizar diferentes públicos, entre eles homens líderes, juventude, comunidades não-tradicionais e mídia.

Inovação na linguagem

O primeiro filme da campanha “Mulheres e Direitos” é dirigido aos homens. Os atores Milton Gonçalves e Bernardo Mesquita e o dançarino Carlinhos de Jesus convocam o público masculino a acabar com a violência contra as mulheres. A peça considera os novos dados sobre violência contra as mulheres, divulgados em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, de que um em cada quatro homens sabe de algum parente próximo que já bateu na mulher e de que quase metade dos homens tem algum amigo ou conhecido que agride a sua esposa. No filme, os atores falam sobre o avanço das mulheres na sociedade brasileira e tomam partido pela igualdade de gênero, uma aposta no papel estratégico dos homens para a eliminação da violência.

No segundo filme, quatros mulheres – negra, indígena, branca e outra de meia idade – buscam ajuda numa delegacia especializada de atendimento à mulher. A sequência registra o momento em que as mulheres dão um basta à violência e acessam os serviços públicos. A peça evidencia que a violência contra a mulher atinge todas as mulheres, independente de raça, etnia, classe social e idade, mostrando ainda a importante funcionalidade das delegacias especializadas no atendimento às vítimas.

Na terceira peça, duas mulheres do Norte e Nordeste do país – uma negra e outra indígena – lavam roupa num rio e conversam sobre os primeiros sinais da violência, quando os homens começam a querer controlar as suas vidas. O filme foi produzido sob a inspiração das comunidades indígenas e ribeirinhas e de mulheres do Norte e Nordeste, consultadas no Plano Integrado das Nações Unidas para o estado do Amazonas, o Amazonaids, como uma ferramenta para a conscientização da população local.

Mais investimentos: políticas para as mulheres

Com uma média diária de 10 assassinatos de mulheres e 70% das agressões cometidas no ambiente doméstico, o fenômeno da violência no Brasil é um tema que traz novos desafios para o poder público e a sociedade. Entre eles estão a ampliação da rede de atendimento às mulheres em situação de violência e o aumento dos investimentos nas políticas públicas para a autonomia das mulheres.

A campanha “Mulheres e Direitos” é uma iniciativa da ONU, no âmbito da Equipe Conjunta sobre Aids e de parceiros. É liderada pelo UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids; a ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres; o UNFPA – Fundo de População das Nações Unidas; o UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância; tem o apoio do UNIC Rio – Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil e  é assinada em parceria com o Instituto Maria da Penha. Os filmes foram produzidos pela Documenta Filmes, tendo direção de Angela Zoé e coordenação da [X] Brasil Publicidade em Causas/Daniel de Souza. A marca original da campanha, criada com base em conceitos estabelecidos pela ONU, é assinada pelo designer Jair de Souza.

Lançamento da campanha “Mulheres e Direitos”

Data: 5 de agosto de 2011 (sexta-feira)

Horário: 10h30

Local: Palácio Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196) – Rio de Janeiro/RJ

Contatos com a imprensa:

Valéria Schilling - Assessora de Comunicação

Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)

21-2253-2211 | 21-8202-0171 | valeria.schilling@unic.org

Emissoras interessadas em veicular os filmes da campanha “Mulheres e Direitos” podem solicitar cópias para: brazil@unaids.org

Filmes disponíveis na sexta-feira (5/8) em:

www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/videos

www.youtube.com/user/UNAIDSBR

 

Campanha “Mulheres e Direitos” convoca sociedade e poder público para o fim da violência e promoção da igualdade de gênero

Iniciativa será lançada nesta sexta-feira (5/8), no Rio de Janeiro, nas presenças de Maria da Penha, da ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial) e da Subsecretária de Enfrentamento da Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves (Políticas para as Mulheres). Com peças enfocadas em homens, mulheres em situação de violência e populações do Norte e Nordeste do Brasil, a campanha valoriza a contribuição da Lei Maria da Penha e da rede de serviços de atendimento às mulheres em situação de violência

Às vésperas dos cinco anos de criação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), as Nações Unidas, no âmbito da Equipe Conjunta sobre Aids, o Instituto Maria da Penha e parceiros lançam nesta sexta-feira (5/8), às 10h30, no Rio de Janeiro, a campanha “Mulheres e Direitos”.  O ato terá as presenças de Maria da Penha Maia Fernandes, cuja história de sobrevivência impulsionou a criação da lei; da ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros; da subsecretária de Enfrentamento da Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves; da Deputada Federal Jandira Feghali; do coordenador residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek; do coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) no Brasil, Pedro Chequer; do representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Harold Robinson; da coordenadora de Programas da ONU Mulheres - Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, Júnia Puglia; das atrizes e atores da campanha; e representantes da sociedade civil, entre outras autoridades.

Ao mesmo tempo em que sensibiliza a população brasileira para a redução da violência e a promoção da igualdade de gênero e saúde da mulher, a campanha “Mulheres e Direitos” valoriza a contribuição da Lei Maria da Penha e da rede de serviços de atendimento às mulheres em situação de violência no Brasil, a exemplo da Central 180, delegacias especializadas, casas-abrigo, juizados, varas criminais, núcleos e centros de atendimento, entre outros.

Por meio de três filmes, a campanha “Mulheres e Direitos” enfoca os seguintes públicos: homens, mulheres em situação de violência e populações do Norte e Nordeste do país.

Um caso emblemático no mundo

Todas as peças da campanha “Mulheres e Direitos” são estreladas pela biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que foi agredida pelo seu ex-marido por seis anos e alvo de duas tentativas de assassinato: uma por tiros, que a deixaram paraplégica, e a outra por eletrocução e afogamento.  Sobrevivente e em busca dos seus direitos, Maria da Penha obteve apoio dos movimentos de mulheres e encaminhou o seu caso à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Entre as recomendações da OEA, em 2001, estavam a criação de uma lei para prevenção, punição e eliminação da violência contra as mulheres e a indenização de Maria da Penha, que de fato se concretizou sete anos após a sugestão da OEA e 25 anos após às tentativas de assassinato.

Segundo pesquisas da ONU, uma em cada três mulheres será vítima de violência ao longo da sua vida. A eliminação da violência é uma das prioridades do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, reforçada pela campanha “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres” que, até 2015, pretende mobilizar diferentes públicos, entre eles homens líderes, juventude, comunidades não-tradicionais e mídia.

Inovação na linguagem

O primeiro filme da campanha “Mulheres e Direitos” é dirigido aos homens. Os atores Milton Gonçalves e Bernardo Mesquita e o dançarino Carlinhos de Jesus convocam o público masculino a acabar com a violência contra as mulheres. A peça considera os novos dados sobre violência contra as mulheres, divulgados em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, de que um em cada quatro homens sabe de algum parente próximo que já bateu na mulher e de que quase metade dos homens tem algum amigo ou conhecido que agride a sua esposa. No filme, os atores falam sobre o avanço das mulheres na sociedade brasileira e tomam partido pela igualdade de gênero, uma aposta no papel estratégico dos homens para a eliminação da violência.

No segundo filme, quatros mulheres – negra, indígena, branca e outra de meia idade – buscam ajuda numa delegacia especializada de atendimento à mulher. A sequência registra o momento em que as mulheres dão um basta à violência e acessam os serviços públicos. A peça evidencia que a violência contra a mulher atinge todas as mulheres, independente de raça, etnia, classe social e idade, mostrando ainda a importante funcionalidade das delegacias especializadas no atendimento às vítimas.

Na terceira peça, duas mulheres do Norte e Nordeste do país – uma negra e outra indígena – lavam roupa num rio e conversam sobre os primeiros sinais da violência, quando os homens começam a querer controlar as suas vidas. O filme foi produzido sob a inspiração das comunidades indígenas e ribeirinhas e de mulheres do Norte e Nordeste, consultadas no Plano Integrado das Nações Unidas para o estado do Amazonas, o Amazonaids, como uma ferramenta para a conscientização da população local.

Mais investimentos: políticas para as mulheres

Com uma média diária de 10 assassinatos de mulheres e 70% das agressões cometidas no ambiente doméstico, o fenômeno da violência no Brasil é um tema que traz novos desafios para o poder público e a sociedade. Entre eles estão a ampliação da rede de atendimento às mulheres em situação de violência e o aumento dos investimentos nas políticas públicas para a autonomia das mulheres.

A campanha “Mulheres e Direitos” é uma iniciativa da ONU, no âmbito da Equipe Conjunta sobre Aids e de parceiros. É liderada pelo UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids; a ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres; o UNFPA – Fundo de População das Nações Unidas; o UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância; tem o apoio do UNIC Rio – Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil e  é assinada em parceria com o Instituto Maria da Penha. Os filmes foram produzidos pela Documenta Filmes, tendo direção de Angela Zoé e coordenação da [X] Brasil Publicidade em Causas/Daniel de Souza. A marca original da campanha, criada com base em conceitos estabelecidos pela ONU, é assinada pelo designer Jair de Souza.

Lançamento da campanha “Mulheres e Direitos”

Data: 5 de agosto de 2011 (sexta-feira)

Horário: 10h30

Local: Palácio Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196) – Rio de Janeiro/RJ

Contatos com a imprensa:

Valéria Schilling - Assessora de Comunicação

Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)

21-2253-2211 | 21-8202-0171 | valeria.schilling@unic.org

Emissoras interessadas em veicular os filmes da campanha “Mulheres e Direitos” podem solicitar cópias para: brazil@unaids.org

Filmes disponíveis na sexta-feira (5/8) em:

www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/videos

www.youtube.com/user/UNAIDSBR

cursos de atualização: Falando um pouco de SUS: A expressão de um desejo e Gênero, Sexualidade e Emancipação

O Grupo Direitos Humanos e Saúde da ENSP (Dihs) mantém, até o final de agosto, inscrições abertas para dois cursos de atualização: Falando um pouco de SUS: A expressão de um desejo e Gênero, Sexualidade e Emancipação. Os cursos são gratuitos, contam com 40 vagas cada e são destinados a estudantes e profissionais das áreas de Direito e Saúde, líderes comunitários, sindicalistas, entre outros.
Atualização em Gênero, Sexualidade e Emancipação
Local: Sala 901, Expansão da Fiocruz - Av. Brasil 4.036 - Manguinhos
Professora: Vera Marques
Data: 2/9, 9/9, 16/9, 23/9 (sextas-feiras)
Horário: 9 às 13 horas
Inscrições até: 31/8/2011
Os interessados deverão solicitar ficha de inscrição através do endereço eletrônico dihs@ensp.fiocruz.br para concorrer a uma das vagas.
Atualização Falando um pouco de SUS: A expressão de um desejo
Local: Sala 901, Expansão da Fiocruz - Av. Brasil 4.036 - Manguinhos
Professores: Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos e convidados
Data: 1/9, 8/9, 15/9, 22/9 e 6/10 (quintas-feiras)
Horário: 9 às 13 horas
Inscrições até: 30/8/2011
Ementa: História da Reforma Sanitária; Doutrina e Concepção - Estrutura; Princípios e Diretrizes; Bases Organizacionais; Base Legal e Normatizadora; Pacto pela Saúde; Políticas Nacionais (Atenção Básica); Promoção da Saúde; Educação Permanente em Saúde; Saúde Mental e Saúde do Trabalhador.
Os interessados deverão solicitar ficha de inscrição através do endereço eletrônico dihs@ensp.fiocruz.br para concorrer a uma das vagas.
http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/?origem=1&matid=26866

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sábado, 6 de agosto de 2011

Mulheres. Somos brasileiras, de várias partes do país, com diferentes experiências de vida. Somos feministas.

Mulheres. Somos brasileiras, de várias partes do país, com diferentes experiências de vida. Somos feministas.

Ontem, 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completou 5 anos de existência. Nascida da impunidade que insistia em marcar a violência doméstica no Brasil, a Lei tornou-se instrumento fundamental na luta pelo fim da violência contra mulher. Convocamos esta blogagem coletiva para marcar esta data e apresentar diferentes reflexões sobre o tema. Abaixo, os posts participantes:

Crédito da Imagem: Marcha Mundial das Mulheres

5 anos, por Daniella M.

Pela urgente e constante necessidade de conscientização foi criada uma rede social Maria da Penha, reunindo um grupo de mulheres voluntárias de vários estados do Brasil, com o objetivo de reunir pessoas interessadas em compartilhar informações sobre a Lei e sua aplicação.

Com essa rede, várias mulheres se sentiram fortes e protegidas, denunciando seus covardes parceiros.

A lei selou o destino de milhões de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar no Brasil. Trata-se de um verdadeiro estatuto no combate à violência doméstica e familiar. E que nessa sociedade, não cabe o machismo nem o sexismo.

5 anos da Lei Maria da Penha, por Jô A.

A Lei Maria da Penha incorporou ao ordenamento jurídico brasileiro um conjunto de medidas para assegurar à mulher o direito à integridade física, sexual, psíquica e moral. A constitucionalidade de alguns artigos da Lei, porém, ainda é discutida, sob o argumento de que, ao tratar de forma diferenciada homens e mulheres submetidos à violência doméstica, a Lei feriria o princípio da isonomia.

Segundo o Ministério da Justiça, o que a lei faz é tratar de forma desigual aqueles que estão em situações desiguais: a mulher, ao sofrer violência doméstica, está em situação desigual perante o homem. E, por isso, a Lei oferece a ela mecanismos de proteção.

5 anos de Lei Maria da Penha – Faça valer os seus direitos, por Paula Berlowitz

Claro! É este o mecanismo inicial: o agressor tenta despertar a piedade da vítima, e tenta convencê-la de que teve um momento de descontrole “porque a ama demais”! A vítima, fragilizada pelo ocorrido que provavelmente a fez pensar: “Não pode! Foi engano! Não pode ter acontecido comigo!Eu não merecia isso!”, acaba aceitando, querendo crer que o imbecil “caiu em si” e viu a merda que fez. BULLSHIT!!! Isso é golpe! Faz parte do jogo! O agressor só está criando a dependência emocional da qual precisa para manter a vítima envolta por seu sentimento doentio! E entendida esta dinâmica, foi criada a Lei Maria da Penha, para livrar a mulher deste perigoso ciclo.

5 anos de Maria da Penha, por Cal Bueno

nunca sabemos como as pessoas reagem a determinadas circunstâncias ou como seremos tratadas depois de nos afastarmos de nossa família, a verdade é que o fato de nos calarmos torna tudo sempre pior, por que nos afastamos de nossos amigos e família e nos vemos presas em uma situação onde não conseguimos reagir, ficamos impotentes, nos sentimos fracas, pequenas, humilhadas, a verdade é que a única forma de nos libertarmos disso é falando, seja com a gente ou com algum parente próximo, seja uma amiga que se afastou e deixou a gente morrendo de raiva por não ligar mais, se houver algo errado precisamos falar…

A Lei Maria da Penha vs Os Homens Retrógrados, por Lola Aronovich

Mesmo diante de toda essa injustiça, ainda tem gente que acha que Maria da Penha imaginou tudo. Que ela se tornou paraplégica pelo poder da mente, e que sua insistência para que seu ex-marido fosse preso não era sede de justiça, mas rancorzinho de mulher traída e mal-comida.

Esses homens que nem ruborizam ao escrever essas ofensas são os mesmos que negam que o machismo existe. Eles acreditam que vivemos num mundo de plena igualdade, e por isso consideram injusto não que mulheres apanhem (eles ora negam essa realidade ou inventam que elas merecem), mas que haja uma lei específica para protegê-las. O pior é que muitos policiais, delegados e juristas pensam (modo de dizer) igualzinho a esses neandertais. Mas a reação é parecida à quando foi inaugurada a primeira delegacia da mulher no Brasil, em 1985, em SP. Dizia-se que o atendimento especial discriminava os homens, como se as mulheres vítimas de violência não iriam ser agredidas mais uma vez ao pôr os pés numa delegacia convencional, cheia de policiais machistas sem a menor empatia!

Após 5 anos, Lei Maria da Penha ainda é ignorada, por Lis Lemos

A discrepância entre o número de queixas e o número de medidas pode ser explicada pela forma como a Deam vem registrando os casos de violência doméstica. Quando questionada pela reportagem sobre os dados reais de vítimas que se enquadram na lei, uma escrivã respondeu: “Pode pegar esses números que estão aí, que 99% é Lei Maria da Penha”, demonstrando que a delegacia não faz diferenciação entre os casos.

A advogada Ana Carolina explica que para um crime ser qualificado como violência doméstica é necessário que além do artigo no Código Penal, conste no Boletim de Ocorrência (BO) o símbolo “C/C” e o número do artigo ao qual se refere dentro da Lei. O tal símbolo significa “Combinado Com” e é a “diferença entre a vida e a morte de uma mulher”, sentencia Ana Carolina.

Cinco anos da Lei Maria da Penha, por Sirlanda Selau da Marcha das Mulheres do Rio Grande do Sul

Pesquisas recentes de monitoramento da aplicação da Lei Maria da Penha, indicam que há um reconhecimento da população quanto às sanções cabíveis contra os atos de violência contra mulher. Outrossim, deste período de cinco anos de aplicação da Lei, depreende-se que é através da determinação de medidas protetivas e de urgência, que a Maria da Penha obtém maior eficácia. Dito de outro modo, as medidas determinadas pelo judiciário, diante das situações concretas de manifestação da violência, são capazes de romper a violação que a mulher que recorre à justiça está sofrendo.

Embora colocadas a prova, e tendo dado respostas efetivas, nos piores momentos em que as mulheres que vivem sob a égide da violência familiar necessitam a atuação judicializada, para o tratamento da violência, sempre incidirá sobre o problema quando ele já se efetivou. Logo, quando o processo de violência doméstica já atingiu seu ápice, restando ao poder judiciário intervir, mediar e fazer cessar a violação.

Neste sentido e como já dissemos em outro momento, o enfrentamento desta forma específica de violência, não se encerra com a existência de uma previsão e sanção legal. Sendo que as sanções trazidas pela Lei Maria da Penha, devem ser compreendidas como mais um instrumento no combate a violência contra a mulher.

Cinco anos de Lei… O que temos a comemorar?, por Isabela

Primeiramente, acho importante discutirmos a violência doméstica e familiar. Já ouvi de pessoas desinformadas a seguinte afirmação: “Ora, mas a violência é uma realidade que atinge a todos, independente da idade e do sexo, basta ver a quantidade de homens assassinados. Pra que uma delegacia só da mulher? Se as feministas lutam por igualdade, por que um privilégio desses?”

E a resposta é muito simples: sim, infelizmente é uma realidade que atinge todos e todas e deve ser discutida e combatida por todos e todas. Contudo, não devemos esquecer que é uma discussão ampla e complexa. A violência, portanto, não deve ser uniformizada. A lei se volta para uma especificidade, que é histórica e desigual: a violência de gênero. E não há nada de privilégio em ser violentada pelo simples fato de ser mulher.

Estamos apenas começando, por Niara de Oliveira

Mas assim como após a criação das delegacias sentimos que faltavam outros instrumentos e assim surgiram os albergues para mulheres vítimas de violência e em situação de risco de vida e a própria Lei Maria da Penha, após a criação da Lei e passados esses cinco anos de sua aplicação, sentimos que ainda falta muito para coibir, prevenir e combater a violência doméstica, de gênero.

Foram pensadas as Varas Crimimais de Violência Doméstica que geraram alguma polêmica no próprio movimento feminista, se fortaleceriam ou enfraqueceriam a Lei Maria da Penha. Mas o que tenho percebido (e é impressão mesmo, não tenho dados ou pesquisa que comprove isso) é que a Lei Maria da Penha aflorou o machismo do judiciário. Muitos juízes que antes até decidiam em favor das mulheres por opção ou convicção diante dos casos e na interpretação do código usado, passaram a questionar a Lei Maria da Penha como que numa rebelião jurídica por terem agora uma Lei que os obriga de certa forma a uma interpretação que antes consideravam um favor, uma concessão particular.

Feliz Aniversário Maria da Penha, por Flavia Lages

Aí está a equidade… A mulher sofre violência por ser mulher. Sofre uma violência específica do gênero e até 2006 esta era tratada (sic) de forma “igual” e a mulher continuava apanhando sem ter proteção efetiva da lei… Porque a autoridade do homem sobre a mulher é o “x” dessa equação e a mulher só se tornou igual na Lei brasileira com o advento da Constituição de 1988, essa mesma que usam para negar direitos a nós.

Aí eu pergunto: se fomos, enquanto nação, positiva e conscientemente responsáveis pela criação, manutenção e aumento da desigualdade social no país como podemos achar que esta desigualdade vai passar com “dane-se” e nada fazer porque se um negro não se dá bem na vida é porque ele não quer? Como achar que a desigualdade imposta por milênios à mulher é tarefa dela como indivíduo (porque em grupo não pode porque feminismo é “feio”, né tio? Humpf) mudar? Como achar que leis que buscam minimizar as desigualdades ferem a igualdade indicada pela Constituição?

Lei Maria da Penha – 5 anos, por Srta. Bia

É triste constatar que os números da violência doméstica são crescentes. Cada vez mais os casais se agridem, tanto homem quanto mulheres. Porém, a violência doméstica é basicamente uma violência contra a mulher. Quando dizemos isso não negamos que existem homens que sofrem, fisicamente e psicologicamente, mas a grande maioria das vítimas são mulheres. A violência doméstica e familiar é um crime bem específico. Ainda hoje é um crime acobertado, pois a instituição familiar deve ser preservada. As mulheres tem receio de denunciar e as pessoas que sabem do caso não querem se envolver.

Algumas pessoas defendem que violência não é uma questão de gênero. Porém, há crimes em que a vítima preferencial são mulheres e há crimes que afligem mais os homens. No caso da violência contra a mulher contamos com o fato de que culturalmente a mulher é vista como uma posse do homem, ele tem poder sobre ela. Os principais algozes das mulheres são parentes e cônjuges. Toda violência é ruim, isso é fato. Porém, precisamos criar mecanismos de defesa para diferentes tipos de crimes. No caso da violência doméstica a vítima convive diariamente com o agressor, divide a mesma casa, muitas vezes há dependência financeira. Antes da Lei Maria da Penha, o marido agressor poderia receber como pena o pagamento de cestas básicas. A violência contra a mulher era um atentado contra os costumes. A mulher agredida não possuia direitos.

Lei Maria da Penha e a igualdade entre homens e mulheres, por Cynthia Semiramis

Mesmo com todas as mudanças na legislação, a mentalidade continuou patriarcal e contrária às mulheres. Praticamente todos os agressores de mulheres estão ligados a elas por relações afetivas ou familiares e abusam dessa posição para submetê-las a uma relação de dominação. Eles as consideram como propriedade, e não têm escrúpulos de se valer do ius corrigendi, através de violência psicológica, espancamentos, estupro e até morte para submetê-las a suas ordens.

E o Estado, que deveria proteger todas as pessoas, acabou acobertando os agressores. A atuação das autoridades estatais (incluindo-se aqui policiais, promotores, juízes e advogados – profissões até recentemente exclusivamente masculinas) era prejudicial à vítima. Agiam sempre no sentido de considerar a agressão a mulheres uma questão menor, privada, que não merecia sequer investigação, quanto mais um processo judicial.

Nota-se que há uma violação flagrante da igualdade de direitos nesses casos: embora a lei inicialmente não fizesse distinção em razão de sexo nos casos de lesões corporais ou homicídio, os costumes fizeram essa diferenciação, dificultando o acesso das mulheres à proteção do Estado. Em outras palavras, o Estado acabou por acobertar a violência praticada contra mulheres ao permitir que seus agentes ignorassem a violência sofrida por elas.

Lei Maria da Penha: um caso, por Mulheres no Poder

A 5ª agressão é apensada à 4ª, e uma nova audiência de justificação está marcada para breve. Pelas reiteradas agressões, o Ministério Público tomará para si a responsabilidade de prosseguir com o inquérito.

Infelizmente, para este caso, assim como para tantos outros, ainda não se tem um desfecho.

Moral da história, a eficácia da Lei Maria da Penha, mesmo com as suas limitações, só se fará valer se houver, também, uma modificação no paradigma cultural das mulheres brasileiras.

Marias, Teresas, Gabrielas… Todas “Maria da Penha”, por Renata Oliveira

Dez da noite. Chega a primeira ocorrência.

A mulher, com um hematoma no supercílio e marcas nos braços, por onde fora segura pelo companheiro e sacudida. Na frente dos filhos, de cinco e oito anos.

Chegou embriagado, agressivo.

Os militares, já na expectativa de ficar horas aguardando a lavratura do flagrante.

A mulher, assustada mas decidida: queria que ele ficasse preso.

Duas outras situações na frente do registro da agressão. Tráfico e roubo.

Flagrantes demorados.

A mulher, vamos chamá-la de Teresa, começou a ficar preocupada com os filhos em casa, com vizinhos. Não podia chamar ninguém da família, esse tipo de coisa se resolve em casa, não na polícia, não incomodando os vizinhos, dando motivos para falatório.

Finalmente, por volta das duas da manhã, começa o flagrante.

O agressor já estava mais calmo, passara o efeito da cachaça de sexta-feira.

A vítima já estava envergonhada, afinal, tudo não passara de um grande mal entendido.

Números que berram, que levam as mulheres a marchar, por Marcha das Vadias – Campinas/SP

- Razões que levam uma mulher a continuar a relação com o agressor

Falta de condições econômicas para viver sem o companheiro – 24%

Preocupação com a criação dos filhos – 23%

Medo de ser morta caso rompa a relação – 17%

Falta de auto-estima – 12%

Vergonha de admitir que é agredida / apanha – 8%

Vergonha de se separar – 6%

Dependência afetiva – 4%

Acha que tem a obrigação de manter o casamento – 4%

Temos a Lei Maria da Penha , agora é preciso que invista e faça funcionar, por Luka

Porém eu não acredito que hoje seja dia de comemorarmos nada, pois apesar de haver a Lei Maria da Penha o investimento no Pacto Nacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres vem sendo estrangulado por cortes e mais cortes de verbas, não apenas no estado de São Paulo, mas no Brasil inteiro. As delegacias especiais de atendimento à mulher não contam com capacitação de seus profissionais para poder lidar com tema tão delicado quanto a violência doméstica, não é raro ouvirmos casos de mulheres que arranjaram forças para ir até as delegacias denunciarem seus companheiros e serem cobertas de questionamentos sobre se irão dar continuidade ou não a denúncia, colaborando com o fortalecimento da insegurança destas mulheres que muitas vezes acabam indo a delegacia e desistindo de denunciar.

Todos dizem eu te amo, por Maria Julia

E aí que você pára e pensa: Espera aí, eu já fui vítima desse tipo de violência? Aquilo que muitas vezes parece existir somente nas estatísticas? Como que eu não sabia? Como eu não percebi?

Pois é. É claro que eu não achava que o comportamento do meu então namorado era normal, muito menos aceitava tranquilamente. Me incomodava, me fazia mal, e era um relacionamento repleto de brigas. Mas entre sentir-se mal e reconhecer que é, de fato, uma violência, e uma violência exercida pelo fato de você ser mulher, existe um abismo que precisa ser superado. No caso, o abismo foi um tempo de nada menos que 4 anos.

Crédito da Imagem: Tatiana Anzolin
Fonte : Blogagem Coletiva – Lei Maria da PenhaBlogueiras Feministas | Blogueiras Feministas

Blogueiras Feministas

Somos Mulheres. Somos brasileiras, de várias partes do país, com diferentes experiências de vida. Somos feministas.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A CASA TRADICIONAL ASSOBECATY PROTAGONIZA EM GESTAR 8 PROJETOS DO TERRITÓRIO DA PAZ

 

100_1086A casa tradicional Assobecaty- Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanjá, que está sob o comando de Mãe Carmen de Oxalá, no ano em que completa 77 anos de existência e 23 de personalidade juridica, no dia ( 30 ),  aconteceu no salão  dedicado as práticas religiosas da umbanda,  reunião de integração dos  filhos e parceiros do terreiro que irão trabalhar os projetos dentro do território da Paz.  No mês de julho a entidade é assinalada pela necessidade da realização de rituais de data  passagem para o orum  a grande Yalorixá Mãe Quina de Yemanjá que fundou a terreira, são (11) longos anos, que Mãe Carmen vem administrando, na condição de herdeira  do ilê, com um resgate eficiente  através de estratégia de visibilidade que possibilita o reconhecimento de sua trajetória como  simbolo de resistência do brio de mulheres negras.

 A primeira  reunião de uma série de muitas,  com os contemplados é o resultado do edital da primeira edição da iniciativa conjunta entre o Ministério da Cultura, por meio do 100_1081Programa Mais Cultura e da Justiça através do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e tem como objetivo dar oportunidade às diversas camadas da população brasileira de acesso à produção, ao reconhecimento e ao consumo de bens culturais. Promovendo a autoestima, o sentimento de pertencimento, a cidadania, o protagonismo social e a diversidade cultural. Também  visa aumentar o dinamismo econômico de comunidades e municípios por meio de concessão de apoio financeiro a pequenos projetos de artistas, grupos independentes e produtores culturais.

 

A diretoria da entidade tem o entendimento do compromisso de estar partilhando com todos  esta experiência bem sucedida, no sentido de contagiar, encorajar, motivar para que outros e outras possam estar se organizando e articulando, isto é se preparando internamente para poderem  acessar todos os editais possíveis.  É a primeira vez, desde a fundação que ASSOBECATY,  conseguiu aprovar de uma vez só vez um número expressivo de projetos. Neste momento , nesta data o Ilê  se tornou então a sede dessa bela história de  maturidade, comprometimento e protagonismo  desta comunidade tradicional de terreiros  do sul do país.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PORTAL DO CANDOMBLÉ HOMENAGEIAM AS MULHERES ILUSTRES E SACERDOTISAS DE MATRIZ AFRO BRASILEIRA DE SÃO PAULO

EgbomyFonte: agen afro cultura e idéias



DEPUTADO JOSÉ CANDIDO E PORTAL DO CANDOMBLÉ HOMENAGEIAM AS MULHERES ILUSTRES E SACERDOTISAS DE MATRIZ AFRO BRASILEIRA DE SÃO PAULO.


imageSão Paulo estava em festa, pois a Yalodês Paulistanas comemoraram, junto ao Deputado José Candido (PT-SP) e aos Coordenadores do Portal do Candomblé a Grande Homenagem às Mulheres Ilustres e Sacerdotisas de Matriz Afro Brasileira. O Evento aconteceu na sede do Legislativo, ou seja, na ALESP. Que contou com o apoio da Urab, Instituto Terceiro Corpo, Ilê De Obokun, Flora Xangô, Diego Ty Ayrá, Intecab-SP, Fiutcab, Fenorixá, Jornal A Gaxeta, Jornal Afroxé , Revista Odara e o Agen Afro , esses dois últimos do Rio de Janeiro . Foram Homenageadas:

Mãe Maria Natalia, mãe Roberta Moriconi, Mãe Tiane Sebatiana, Yamoro Monica D. Yansã, Ya Augusta Ymibaineji, Ya Nena D. Ogun, Ya Regina D. Ogun, Mãe Sinhá D. Ogum, Ya Sonia D. Oxum, yanya Yara Rosa, Mãe Edna D. Oxum, Mãe Nilza Eliana, Ya Ângela D. Onira,Ya Sonia D. Xangô, Ya Cleide D. Oya Mãe Iberecy, Ya Esmeraldina, Ya Célia Correa, Mameto Oya Corajacy, Mãe Alexandrina, Kaialodomin,Mãe Lewa, Ya Evandra D. Obá, Ya Ivete D. Ogun, Ya Jebelonan, Ya Onissatoju, Ya Danigouja, Ya Beatriz Magalhães, Ya Mazalê, Ya Mokytengoju, Mãe Cida, Ya Silvana Soares ,Mãe Edinéia, Mãe Cleide Xavier, Mãe Maria Julieta , Ya Suzane Vasconcellos, Mãe Mara, Mãe Antonia Socorro, Mãe Ivanilde de Jesus, Yatemi Suzymara, Ekedji Andrea D. Yemanjá, Ekedji Loagy D. Yansã,Ekedji Luzia Arunkambele, Dra Heloisa Arruda, Egbomy Conceição Reis D. Ogun(Intecab-SP), Dra. Damaris Dias, Deputada Leci Brandão, Ekedji Luzia Igbalé, Egbomy Célia Mikambenico, Lia Regina, Ya Ada D. omolu, Ya Daniele D. Oxum, Mãe Vera D. Oxum, Ya Sueli D. Oxum, Ya Silmara D. Yemanjá, Ya Gabriela D. Obalúwáiyé, Ya Luciane D. Ewa, Ya Daniele D. Ogun, Ya Dê D. Oya, Ya Isabel D. Yansã, Ya Natalia D. imageOxum, Ya Zenaide D. Oxum e Ya Chris D. Oxum.

O Evento foi apresentado pelo Babalorixa Matamoridê e os diplomas era entregue pelo Deputado José Candido. Aguns convidados especiais se fizeram presentes: Priscila Reis, Ya Carmem D. Oxum, , Sr. Eneas Casemiro, Holdson Reis, Jorge Vinicius Reis, Gutemberg(Fotografo do Intecab-sP), Ogun Jimy e a corte de Babalawôs Africanos, Dr. Jorge Arruda, Pai Dinho D. Ogun,,Oya Beretemi, Pai Walter D. Ode e Pai Yango do RJ.

No dia seguinte a foi servido um almoço especial ao Pai Yango na Churrascaria Tenda Grill-Augusta, onde se fizeram presentes a Sra. Egbomy Conceição Reis D. Ogun, a Yalorixá Sonia D. Yemanjá , a Cantota Umbandista Lina e o Babalorixa Matamoridê (Eduardo Brasil).

Informações: matamoride@hotmail.com ou no portal adm@portadocandomble.pro.br

RO CULTURA E IDÉIAS